por falar em mundial, o mundial é do Benfas camandro!

No seguimento da posta lançada ao ar pelo meu companheiro Boga, e abrindo um parêntesis às arrematações do Glorioso (a verdadeira “alma mater” deste pasquim virtual), apraz-me tecer uma ligeiras considerações acerca da correria/azáfama futebolística que presenciamos nestes dias.

Na recta final que estamos da qualificação para o Mundial de Futebol a realizar na África do Sul, eis que temos alguns peixes graúdos a borrar os bofes para ganhar um lugar nessas férias prolongadas a gozar na ponta mais abaixo do continente africano.

Desses peixes graúdos, cumpre atentar em duas marmotas: Portugal e Argentina.

Aqui no cantinho à beira mar plantado, de novo a qualificação para um grande evento nos fez voltar ao nosso velho fado, ao qual confesso que já não estava habituado, de ter de andar de calculadora nas mãos para contar os trocos (vulgo pontos), cêntimo a cêntimo, para embarcar para lá do equador.

Chegados ao momento da aflição suprema, em que o frio do gume da guilhotina já arrepia os cabelos da nuca, lá tivemos, mais uma vez, de cantar o choradinho e contar com a ajudinha de outrem, no caso os vikings da margem sul que, piedosamente, e em respeito e consideração às relações centenárias de parcerias dinásticas com a nobre pátria lusitana (sim, pois nos primórdios da nossa nacionalidade, os nossos D. Sancho I e D. Afonso II, sabe-se lá como, lograram casar umas de suas (muitas) filhas com os Reis da Dinamarca), arrearam nos vikings da margem norte.

Para além disso, outro factor decisivo para nos manter com a esperança de alcançar o derradeiro playoff (ou, como diria Scolari, o derradeiro “mata-mata”) que nos permitirá embarcar de novo para África (“rapidamente em força”), reside, como não podia deixar de ser, nessa grande instituição, de seu nome Sport Lisboa e Benfica!

E passo a explicar porquê.

Primeiro: este resultado frente à Hungria, e que nos permite recuperar o fôlego para defrontar os malteses, só foi possível alcançar graças ao espírito de vitória e de esplendor que habita na casa onde se disputou a peladinha: A esplêndida e magnificente Catedral da Luz, que, tal qual as catedrais medievais incutiam no espírito dos cruzados essa sede de arrear nos sarracenos, também a nossa Catedral tem esse condão de galvanizar aqueles que vestem de quinas ao peito contra esses invasores futebolísticos dos tempos modernos que por ali ousam conspurcar a relva de tempos a tempos, catapultando-nos para a alta-roda da bola mundial.

Segundo, não deixa de ser despiciendo referir que para mantermos a chama da fé acesa, necessário foi que esse pequeno gladiador que se fez homem na arena da Luz, de seu nome Simão Sabrosa, deixasse para trás os fantasmas e a falta de jeito e arrefinfasse duas batatinhas para o fundo das redes magiares, muito graças, certamente, às recordações dos grandes combates futebolísticos que realizou naquela sumptuosa e colossal arena.

Se não tivesse passado pelo Glorioso, não sei se teria conseguido…não sei não…

Terceiro, creio que não será desprezível constatar que o nosso mais recente ponta-de-lança da selecção apresenta maior qualidade e rendimento de jogo quando vestido de vermelho…pelo menos parece…por isso acho que para o dito cujo não será de menosprezar uma eventual alteração clubistica no panorama interno…

Quarto, no que respeita aos sul-americanos das pampas, igual constatação há a fazer.

Não que ache que o “El Pibe” seja benfiquista desde pequenino, mas a verdade, é que perante o desastre que se avizinhava com a não qualificação dos alvi-celestes para o Mundial, eis que num assomo de clarividência (e, eventualmente, de desespero à mistura) “El Diez/Dios” lá se decidiu por chamar os benfiquistas Aimar e Di Maria à selecção e, coincidências das coincidências, não é que as assistências para os dois golos da Argentina saem dos pés dos dois apóstolos de J.Jesus???

Ah pois é!!! Quais leonéis messis quais quê!!! O que se viu na relva onde rola a bola é que se não é aqui o Glorioso a criar e emprestar os artistas da bola, os outros nem com os supostos “melhores do mundo” lá chegam!!

Isto já para não se falar no golo do Di Maria que deu a medalha de ouro dos Olímpicos à Argentina, da cabeçada do Luisão e às corridas do Ramires que deram o apuramento ao Brasil, etc., etc., e etc.

Há que estar atento pois às performances internacionais dos craques benfiquistas, que pelos vistos, espalham classe e salvam muitas casas e empregos por todo o mundo…

Agora torçamos pois pelos das Quinas, que no quarto dia feira jogam a cartada definitiva para o Mundial.

Mas uma vez que esta caminhada tem sido cheia de “patas nas poças”, e já que gato escaldado de água fria tem medo, é melhor os rapazolas que pisarem o relvado de Guimarães não vão para lá a contar com a papa já feita, pois têm dado muitas provas de que as camisolas e os craques (sem ser os que já vestiram a camisola do SLB!) não ganham jogos.

Por isso, e enquanto não ganharem o jogo, aquela malta que se lembre deste trocadilho, que muito se usa para estas bandas:

“era uma vez um gato maltês, cag**-te na boca, vê-la o que te fez…”

CARREGA BENFICA!!!

(e já agora a Selecção também, prontos…)